sábado, 27 de outubro de 2007

A árvore, o céu e Aurora.

Sexta feira, 07:15, 1º horário. Geografia. Quase desmaiando de sono, de repente chove: " Alguma visita inesperada Compania inusitada Em meio ao céu acolhedoramente nublado. Um nublado diferente. Azulado. Onde me transporto para minha amiga árvore Fazendo dela minha morada. Como queria ser um pássaro agora... Queria me abrigar em suas esverdeadas folhas Onde suas sombras fazem de mim bicho observador."

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

As 5 horas e meia.

Eram oito horas da noite e Rorinha descia do ônibus no tranquilo vilarejo e marchava alegremente pela florida e escura avenida. Saltitava de alegria com uma despreocupação inabitual enquanto cantarolava em sua mente melodias que lhe enchiam o coração de esperança. Se entretia durante a agradável caminhada iluminada pela lua desviando dos grandes besouros, tanajuras e outros seres artrópodes que por sua vez iluminados pelas fortes lâmpadas da iluminação urbana desenhavam no quente asfalto uma dança animalesca que entravam em sintonia com os passos de Rorinha. Rorinha, após uma jornada de 10 horas e meia de longas caminhadas cobertas de muitos risos, alegrias e emoções aquecedoras, encontrava-se leve, com uma alegria por poder estar disfrutando de tudo aquilo que lhe fazia tão bem. Rorinha então terminava sua caminhada flutuante sob o quente e acolhedor vento do verão. Cansada, sobe as escadas da casa e senta-se na poltrona em frente à televisão e dali nao sai mais por volta de 10 minutos. Rorinha então, se diz: - Vou dar um toque no celular de Coxinha-. E Rorinha o fez. Em seguida, Rorinha desce ao jardim e, logo depois, à frente da casa. Rorinha pensa na viiida... nas pessoas...nos besouros. Percebe-se uma pessoa de moto passando pelos arredores da casa e, indo em sentido contrario á direção de Rorinha, ali estava Coxinha. Rorinha até pensa... - Coxinha está indo pelo lado errado. Mas tudo bem porque na tranquila avenida que contorna o vilarejo, Coxinha há de encontrar Rorinha. Dado de fato o encontro, Rorinha fica ciente da notícia que fez tremer o chão da simpática São João del Rey. Proibidas as boates para menores de 18 anos, mas dessa vez: proibidas mesmo. Ora, então, Rorinha e Coxinha estão desolados e é preciso dar uma solução para aquela noite de Sábado. A solução demora a surgir então Rorinha dá 100 passos para que Coxinha tenha tempo de resolver o problema envolvido. De volta dos 100 passos, Rorinha reencontra Coxinha, que por sua vez, tem a solução em mente para o caso. Uma agradável estadia num sítio vizinho parecia a melhor opção.Rorinha pensa... E aceita sim. Mas o fato é que estava completamente desolada por não poder frequentar a noite Sanjoanense. Enfim, escapa-lhe, completamente ingenua e espontaneamente... "É... fazer o quê né..." Tomada a decisão de o que fazer agora era preciso conversar com a mãe de Rorinha. E, a cada vez que Rorinha se dirigia à casa para buscá-la, Coxinha pedia mais alguns minutos. Foi de repente que Rorinha foi buscar sua mãe e de repente que a situação fora plenamente resolvida. De volta à agradável marcha noturna ambos vão então para o mencionado sítio. Chegando então, Coxinha e Rorinha sentam-se em cadeiras tangencialmente posicionadas e perpendicularmente situadas à um agradável e delicado gramado. Foi enquanto Rorinha contemplava a maciez da gramínea envolvida que de repente foi atacada por formigas. Sim, definitivamnte, as formigas agradaram-se de Rorinha e fizeram questão de invadirem UNICAMENTE e EXCLUSIVAMENTE Rorinha. Enquanto Rorinha andava freneticamente pelo gramado até chegar à piscina para que pudesse se livrar de tais artrópodes Coxinha era tomado pelo riso. Mas, de fato, o sítio fora atacado por seres estranhos e não havia lugar onde o solo não estivesse infestado por eles. Mas tudo acabou bem pois, Coxinha teve a esperteza de encontrar um lugar onde Rorinha não seria atacada. Ambos ficam ali por cerca de uma hora. Em seguida, um passeio pela cidade era irrecusável. Rorinha e Coxinha iam bem felizes de moto à cidade. Coxinha procurava seu celular em meio ao conjunto de aparelhos em seu bolso, Rorinha então o interpela : -Coooxiinha...!! Ooolha eeessa mãã-ã-ã-ã-o! Mas parece que Coxinha fora injustamente interpelado pois, estava ingenuamente a procurar seu telefone celular. Passeio pela cidade muito bem realizado, eram 00:20 e Coxinha, muito responsavelmente se alerta em relação às horas. Mas afinal de contas Rorinha estava feliz pois, além disso tudo, tivera a oportunidade de ouvir desde música instrumental, rock emo até o jovem rock de Charlie Brown Junior. Entregue à feliz morada, Rorinha sobe novamente as escadas deixando Coxinha para a imperdível festa dos besouros e, de alguma maneira, com um desejo não realizado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Backstage do Mexilhão

O backstage acontece muito mais frequentemente do que imaginamos. Por exemplo, agora, para mim, ele está acontecendo. Agora às 02:40. Backstages acontecem por exemplo... Nas madrugadas solitárias em que somos um mexilhão que espia por uma frestinha de sua morada. Disso aqui vai se originar algo. Desse ensaio se originará um espetáculo bem sucedido. Só dêem-me o tempo... Numa entediante e confusa aula eu pergunto: -Mundo, posso ir no banheiro!? ... Deixa eu parar aqui por umas horas. Deixa eu girar em volta do MEU mundo e ver O mundo através da MINHA morada. Ha que fofo. Deixem-me lhes contar esse episodio que aconteceu. Ninguém online na minha lista do messenger e de repente um conhecido. Eu, ingenuamente e muito "chatamente": -Olá! Tens algum companheiro online nesta agradável madrugada de quinta-feira?! Esse simplismente escapuliu, escafedeu-se, escapou, fugiu, saiu, desapareceu, sumiu, se foi, se retirou do msn. Nem uma palavra. Mas enfim, voltando ao meu bakcstage aqui, realmente estou na minha concha. Igual ao mexilhao. Vou arrumar a casa. Vou tomar café e amanha terei de acordar. Mas nao importa porque durantes as últimas 48 horas estava ausente do mundo. Apenas o olhando do orifício da minha concha. Ahhhh a inseparável e fiel companheeira... A música. Em backstages ela é fundamental. Canto para, através dos curvos caminhos que as notas desenham na minha voz, alinhar minha alma através de um contínuo percurso. Estou como um "montador de puzzles (ou quebra-cabeças)". Ainda nao existe esse negócio mas o montador de puzzles é uma máquina onde se joga as peças do puzzle e ela se fecha (automaticamente, claro) e mexe mexe mexe sacode sacode as peças lá dentro e alí esta o puzzle montado. E o montador limpo e vazio. O Puzzle montado. Daqui a 3 horas meu puzzle estará montado. E esvaziarei meu montador de puzzles. Isso também pode ser considerado como uma fagocitose. Sou uma célula que pegou um elemento (ou vários) e trouxe-o(s) para dentro de si. Nesse backstage vale tudo. Afinal o espetáculo nao começou. Nesse backstage vale experimentar todas as luzes, todas as marcaçoes de palco, todas as roupas, sons. Vale tudo. Somos malucos e seres meio zoomorfizados. Somos bichos que dão estrelinhas e deitam no chao. As cortinas estao fechadas mesmo, ninguém nos vê nessa escura madrugada. e terminamos assim.

Temperados e devorados.

Igual aos mexilhoes.