sábado, 27 de junho de 2009

Adeus ao meu companheiro e herói

Foi sem amortecedores, aviso prévio, indícios ou introduções. Abriram a porta do quarto e me atiraram: "O Michael Jackson morreu!". Como sempre nesses casos, demorou para que eu me desse realmente conta do acontecido e as imagens aéreas de Neverland, ambulância e trechos de clips musicais na televisão fizeram com que me curvasse, desse um suspiro e dissesse: "Perdeu a graça." Perdeu a graça tudo, agora já era, perdeu a graça. A notícia da morte de um ídolo que fez parte da sua vida, dos seus momentos mais introspectivos sempre traz melancolia ao chegar, mas se você a receber em um momento que já é bad, aí a desesperança imerge, avassaladoramente. Entre meus 11 e 13 anos o Michael foi minha companhia, herói e válvula de escape enquanto tinha de enfrentar um país estrangeiro e, pior, as crianças das escolas de um país estrangeiro. Foi literalmente um companheiro, tanto ante/pós as batalhas quanto na frente de combate, o discman sempre dando respaldo emocional. E tudo que estou contando é muito no sentido literal. Aqui, neste texto, não cabe explicar os porquês, mas o fato é que realmente eu tinha de enfrentar todos sosinha. E o fazia com o Michael. O grito de guerra cantado do herói e ídolo se tornava o meu, de uma forma interessante e bonita. E assim o Michael foi meu imaginário, tornou-se algo considerável da minha idiosincrasia. É alguém a quem devo agradecimentos, antes de mais nada. Foi ainda lá, em terras estrangeiras, que assisti com empolgação máxima a meu primeiro (primeiro de dois) "documentário sobre o Rei do Pop". Um de tantos que fizeram -fazem e vão fazer- por aí, que me dão tanto nojo, toda essa gente que não sabe de nada falando como se soubesse o quê se passava na vida de Michael Jackson. Quem sabe as verdades? Talvez nem ele mesmo soubesse, vai saber. O que sei é do meu ídolo que foi-se embora. Cedo e repentinamente demais, eu ainda tinha muitas coisas para viver com ele e para apreender dele, queria homenageá-lo, de alguma maneira demonstrar minha gratidão. Ir a um show, por exemplo. Sempre há as utopias não é. Neste luto então, como forma de respeitá-lo e homenageá-lo, não assistirei a nenhuma reportagem barata, documentário especulativo e outros sobre sua vida pessoal. É o mínimo que se pode fazer, bloquear de olhos e ouvidos todos os boatos e especulações sobre quem é o Rei do Pop e, ao meu ver, uma linda pessoa ou, para os menos credores, no mínimo muito extremamente respeitável.
I love you, Michael. You will be allways in my heart.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Fazer e refazer

Se tentarmos dividir as coisas do Mundo em irreversíveis ou reversíveis podemos nos emaranhar em perguntas difíceis e que contrariam nossa ética ou a praxis cotidiana. Há algumas dessas perguntas que já são ou foram respondidas para nós, e ainda bem, ao menos temos algumas verdades e veredictos decisivos e definitivos para nos guiarem no mundo das perguntas que questionam o que é reversível. O leite que talhou - irreversível. As moléculas com sua precisão físico-química nos impuseram uma reação que, ao menos até então, não pode ser revertida.
A morte, mais do que irreversível, o que mais influencia tantas de nossas ações reversíveis ou irreversíveis, é a maior certeza que os seres vivos têm quando se trata de irreversabilidade. Então temos: as ações irreversíveis, as reversíveis e dentro destas classificações existem as subclasificações "humanas", "de outros seres vivos" e "materiais". Deixo separadas as ações humanas das de outros seres vivos pois é mais prudente, já que não sabemos muito sobre o que vai no interiorzinho de uma coruja, por exemplo. Abro também a classificação das ações - acontecimentos, no caso - materiais. São aqueles fenômenos que independente (ou não) da interferência de humanos ou animais, acontecem. Se a vela cair em cima da cama tudo vai pegar fogo, certo? Ao menos até que um Homo sapiens venha com um extintor ou um gato traga sua vasilhinha de água para tentar amenizar tal situação. Pois então, se cada clasificação de ações (reversíveis e irreversíveis) tem 3 subclassificações, temos então um puzzle de 6 tipos de ações que definem como fazemos para nos virar nesse planeta e existência. Estas ações poderiam ser muito mais catalogadas e classificadas já que as ações "humanas", por exemplo, poderiam ser classificadas como biológicas, psicológicas, burocráticas ou sociológicas. Uma vez entendido s quais os tipos de ações básicas que podemos optar (ou não) por fazê-las ou deixar de fazê-las fica mais possível uma navegação menos conturbada pelo caminho das escolhas. Navegação menos conturbada para todos, mas principalmente para quem tem algum dos tipos de psicopatologia - ou seus sintomas - desta nossa espécie. Não sou psicóloga, não tenho como adentar agora em "para quem" e "para o quê" este meu esquema ajuda, funciona ou não é presente. Trata-se aqui de um pequeno rascunho de uma cabeça confusa nessa babilônia trash contemporânea e que, toc's a parte - ou não, sua autora faz questão de compartilhar. Bem-vindos, amigos TOCquianos.