Penso em tudo e em nós e em você e tudo pára, vácuo momentâneo. O Cosmos se resume a ali em volta e minha gestual pára. Ausência de som interior - é o silêncio da alma. Devagar, todas aquelas notas vêm a mim, chegando cada vez mais perto, em romaria. A um ponto elas só têm uma saída a não ser minha voz, chegam empurrando umas às outras, querem liberdade, querem sair. Por mim.
Separo os lábios e o sopro que as levaria para o ar fica entre a garganta e a boca, contido. Pois o pensamento me calou, a mente pediu licença à exterioridade da voz. Uma vez tido esse respeito, ele sai pairando pelo espaço, e quem o leva são as primeiras notas do meu canto. A força trêmula do quejío faz a gestual voltar, o ato mundando volta a acontecer, e bestializada e inconsciente volto a lavar o prato que estava em minhas mãos.
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