quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Juntos

"Vamos fazer uma simulação./ Como deveriam ser todos os nossos dias,/ Qual a combinação perfeita/ Para que nao deixemos nenhum momento em vão./ Não deixaremos que nenhum momento se disperdice./ Andaremos pelas ruas certas, pararemos nos lugares certos e lá,/ Naqueles instantes,/ Viveremos as emoções certas./ Hoje eu fiz uma simulação./ O ideal de uma vida perfeita./ Andei pelas ruas certas,/ Parei nos lugares certos.../ Consegui extrair de cada momento/ Um sopro de felicidade e esperança./ Faremos uma simulação./ Faremos juntos uma simulação da vida perfeita./ Porque sem você,/ Essa simulação nao é valida./ Faremos uma simulação/ E todos os nossos dias serão assim./ Nosso mundo perfeito./ Juntos." Junho de 2007

sábado, 24 de novembro de 2007

Mostra cultural

Final de ano, onde os corridos mas tão lentamente demorados bimestres escolares vão se acabando, é hora de realizar a Mostra Cultural na escola. A mostra cultural é um evento curioso pois, é onde teoricamente ali são expostos todos os trabalhos realizados durante o ano escolar e curiosamente, às vesperas dele mais da metade dos alunos se desesperam para montar os tantos trabalhos. Mostra cultural é algo tão típico e, com rituais e sintonias tão definidas que todo ano percebe-se seu idêntico desenvolvimento. A agitação e desbocado nervosismo da véspera também é algo extremamente peculiar. Desbocado porque, quando estamos na escola, somos 97,84% nós mesmos. Os outros 2,16% são regidos por seres que se manifestam somente durante o turno escolar. Escola uniformiza, despersonaliza e dá lugar aos nossos personagens que, fazemos questão de desenvolver. Tudo questão de identificação, ou até mesmo proteção que a massa fictícia juvenil nos dá.

sábado, 27 de outubro de 2007

A árvore, o céu e Aurora.

Sexta feira, 07:15, 1º horário. Geografia. Quase desmaiando de sono, de repente chove: " Alguma visita inesperada Compania inusitada Em meio ao céu acolhedoramente nublado. Um nublado diferente. Azulado. Onde me transporto para minha amiga árvore Fazendo dela minha morada. Como queria ser um pássaro agora... Queria me abrigar em suas esverdeadas folhas Onde suas sombras fazem de mim bicho observador."

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

As 5 horas e meia.

Eram oito horas da noite e Rorinha descia do ônibus no tranquilo vilarejo e marchava alegremente pela florida e escura avenida. Saltitava de alegria com uma despreocupação inabitual enquanto cantarolava em sua mente melodias que lhe enchiam o coração de esperança. Se entretia durante a agradável caminhada iluminada pela lua desviando dos grandes besouros, tanajuras e outros seres artrópodes que por sua vez iluminados pelas fortes lâmpadas da iluminação urbana desenhavam no quente asfalto uma dança animalesca que entravam em sintonia com os passos de Rorinha. Rorinha, após uma jornada de 10 horas e meia de longas caminhadas cobertas de muitos risos, alegrias e emoções aquecedoras, encontrava-se leve, com uma alegria por poder estar disfrutando de tudo aquilo que lhe fazia tão bem. Rorinha então terminava sua caminhada flutuante sob o quente e acolhedor vento do verão. Cansada, sobe as escadas da casa e senta-se na poltrona em frente à televisão e dali nao sai mais por volta de 10 minutos. Rorinha então, se diz: - Vou dar um toque no celular de Coxinha-. E Rorinha o fez. Em seguida, Rorinha desce ao jardim e, logo depois, à frente da casa. Rorinha pensa na viiida... nas pessoas...nos besouros. Percebe-se uma pessoa de moto passando pelos arredores da casa e, indo em sentido contrario á direção de Rorinha, ali estava Coxinha. Rorinha até pensa... - Coxinha está indo pelo lado errado. Mas tudo bem porque na tranquila avenida que contorna o vilarejo, Coxinha há de encontrar Rorinha. Dado de fato o encontro, Rorinha fica ciente da notícia que fez tremer o chão da simpática São João del Rey. Proibidas as boates para menores de 18 anos, mas dessa vez: proibidas mesmo. Ora, então, Rorinha e Coxinha estão desolados e é preciso dar uma solução para aquela noite de Sábado. A solução demora a surgir então Rorinha dá 100 passos para que Coxinha tenha tempo de resolver o problema envolvido. De volta dos 100 passos, Rorinha reencontra Coxinha, que por sua vez, tem a solução em mente para o caso. Uma agradável estadia num sítio vizinho parecia a melhor opção.Rorinha pensa... E aceita sim. Mas o fato é que estava completamente desolada por não poder frequentar a noite Sanjoanense. Enfim, escapa-lhe, completamente ingenua e espontaneamente... "É... fazer o quê né..." Tomada a decisão de o que fazer agora era preciso conversar com a mãe de Rorinha. E, a cada vez que Rorinha se dirigia à casa para buscá-la, Coxinha pedia mais alguns minutos. Foi de repente que Rorinha foi buscar sua mãe e de repente que a situação fora plenamente resolvida. De volta à agradável marcha noturna ambos vão então para o mencionado sítio. Chegando então, Coxinha e Rorinha sentam-se em cadeiras tangencialmente posicionadas e perpendicularmente situadas à um agradável e delicado gramado. Foi enquanto Rorinha contemplava a maciez da gramínea envolvida que de repente foi atacada por formigas. Sim, definitivamnte, as formigas agradaram-se de Rorinha e fizeram questão de invadirem UNICAMENTE e EXCLUSIVAMENTE Rorinha. Enquanto Rorinha andava freneticamente pelo gramado até chegar à piscina para que pudesse se livrar de tais artrópodes Coxinha era tomado pelo riso. Mas, de fato, o sítio fora atacado por seres estranhos e não havia lugar onde o solo não estivesse infestado por eles. Mas tudo acabou bem pois, Coxinha teve a esperteza de encontrar um lugar onde Rorinha não seria atacada. Ambos ficam ali por cerca de uma hora. Em seguida, um passeio pela cidade era irrecusável. Rorinha e Coxinha iam bem felizes de moto à cidade. Coxinha procurava seu celular em meio ao conjunto de aparelhos em seu bolso, Rorinha então o interpela : -Coooxiinha...!! Ooolha eeessa mãã-ã-ã-ã-o! Mas parece que Coxinha fora injustamente interpelado pois, estava ingenuamente a procurar seu telefone celular. Passeio pela cidade muito bem realizado, eram 00:20 e Coxinha, muito responsavelmente se alerta em relação às horas. Mas afinal de contas Rorinha estava feliz pois, além disso tudo, tivera a oportunidade de ouvir desde música instrumental, rock emo até o jovem rock de Charlie Brown Junior. Entregue à feliz morada, Rorinha sobe novamente as escadas deixando Coxinha para a imperdível festa dos besouros e, de alguma maneira, com um desejo não realizado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Backstage do Mexilhão

O backstage acontece muito mais frequentemente do que imaginamos. Por exemplo, agora, para mim, ele está acontecendo. Agora às 02:40. Backstages acontecem por exemplo... Nas madrugadas solitárias em que somos um mexilhão que espia por uma frestinha de sua morada. Disso aqui vai se originar algo. Desse ensaio se originará um espetáculo bem sucedido. Só dêem-me o tempo... Numa entediante e confusa aula eu pergunto: -Mundo, posso ir no banheiro!? ... Deixa eu parar aqui por umas horas. Deixa eu girar em volta do MEU mundo e ver O mundo através da MINHA morada. Ha que fofo. Deixem-me lhes contar esse episodio que aconteceu. Ninguém online na minha lista do messenger e de repente um conhecido. Eu, ingenuamente e muito "chatamente": -Olá! Tens algum companheiro online nesta agradável madrugada de quinta-feira?! Esse simplismente escapuliu, escafedeu-se, escapou, fugiu, saiu, desapareceu, sumiu, se foi, se retirou do msn. Nem uma palavra. Mas enfim, voltando ao meu bakcstage aqui, realmente estou na minha concha. Igual ao mexilhao. Vou arrumar a casa. Vou tomar café e amanha terei de acordar. Mas nao importa porque durantes as últimas 48 horas estava ausente do mundo. Apenas o olhando do orifício da minha concha. Ahhhh a inseparável e fiel companheeira... A música. Em backstages ela é fundamental. Canto para, através dos curvos caminhos que as notas desenham na minha voz, alinhar minha alma através de um contínuo percurso. Estou como um "montador de puzzles (ou quebra-cabeças)". Ainda nao existe esse negócio mas o montador de puzzles é uma máquina onde se joga as peças do puzzle e ela se fecha (automaticamente, claro) e mexe mexe mexe sacode sacode as peças lá dentro e alí esta o puzzle montado. E o montador limpo e vazio. O Puzzle montado. Daqui a 3 horas meu puzzle estará montado. E esvaziarei meu montador de puzzles. Isso também pode ser considerado como uma fagocitose. Sou uma célula que pegou um elemento (ou vários) e trouxe-o(s) para dentro de si. Nesse backstage vale tudo. Afinal o espetáculo nao começou. Nesse backstage vale experimentar todas as luzes, todas as marcaçoes de palco, todas as roupas, sons. Vale tudo. Somos malucos e seres meio zoomorfizados. Somos bichos que dão estrelinhas e deitam no chao. As cortinas estao fechadas mesmo, ninguém nos vê nessa escura madrugada. e terminamos assim.

Temperados e devorados.

Igual aos mexilhoes.

sábado, 22 de setembro de 2007

Me irrita isso... ¬¬

02:29 am, encontro-me acordada, sendo q daqui a 4 horas tenho q acordar para "realizar"duas provas. Espanhol e Português. Uma coisa especificamente me irritou hoje. É a maneira como hoje em dia se lida com o afeto. Toda essa confusão de internet tá pirando a cabeça do povo. Sério. Me irritou a maneira como algumas pessoas nao conseguem enxergar o que esta na frente de seus... "narizes?". Me irrita as pessoas nao valorizarem seus amigos. Tem gente que pode passar por uma pré-adolescencia inteira e adolescencia na mais solidao, sem nenhum amigo, sem nenhuma pessoa que esteje ao seu lado, ou para dar apoio nas horas dificeis, ou simplismente para dar um abraço. Claro que existe gente assim. Nao adianta fazer essa cara de quem diz: "Nossa que exageeero essa menina... q isso..." por que todos nós sabemos que existem essas pessoas. Você mesmo, deve conhecer alguém assim. Pois é. Tem gente q pode conhecer a solidao de tao perto e talvez sem se perceber até, deixar escapar ou nao perceber uma amizade ali do seu lado. Logo ali, ao lado dela. Cotidianamente ao seu lado. Essa pessoa pode passar horas na frente do computador conversando com vozes que vêm dos lugares mais distintos e distantes e firmar tao seguramente "amizades"com esses fantasmas, mas ser incapaz de olhar para seu lado e ver quem a quer bem. Quem a quer bem de verdade. No mundo real. Essa pessoa acha que sua solidao esta acabada. É aí que está o problema. Está convencida de que tem seus amigos, que faz parte de um grupo. Isso não é verdade. Mais tarde os efeitos dessa solidao "mascarada" virão. E virão à tona. E nao será somente essa pessoa que sofrerá as consequencias. Os outros fantasmas também. O ser humano precisa de calor humano --> afeto. E está constantemente procurando isso. O que acontecerá quando, de repente, essa necessidade for suprida por uma máquina? Me parece que nao estaremos aptos a nos adaptar a tal mudança. Nao estamos e nao estaremos nunca. Me irritou, portanto, tudo isso. Toda essa solidao coletiva. Agora 03:00 em ponto. Nesta agradavel madrugada de sexta véspera de sábado letivo, arrumei meu quarto, fui tomar banho, arrumei a cozinha, alguns arquivos no computador. Começo hoje, agora, um novo passo. Aliás, hoje, comprei uma lapizera nova,ritual que faço de vez em quando. Teoricamente, simboliza o Novo Começo na escola =P. É, acredito completamente "Toquianamente"* que com um novo instrumento de escrita terei mais forças, concentraçao para com os estudos. Mas no contexto do dia, essa lapizera nova acabou representando um pouco mais. A partir de agora, começo de novo. Trabalharei, disciplina Amarei, intensidade Expressarei liberdade Vivirei a vida e todas as emoçoes que ela pode me oferecer, vou vivê-las completamente, sem medo, para nao me tornar mais um desses fantasmas.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Estudio de Flamenco Miguel Alonso...

Ídolos...

Ídolos!!!
Mohammed Abdu, Najwa Karam e Cheb Khaded.
A nata da música arabe moderna =)
Adoro --> Mohammed Abdu por seu tradicionalismo e fidelidade em relação ao canto puro e genuíno árabe;
Najwa Karam --> por sua voz "divina" e única, que deixa qualquer um arrepiado.
Cheb Khaled --> Por sua capacidade de transformar a musica arabe num pop contagiante que alegra à todos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

As recomendações do vizir...

Nas historias das "Mil e Uma Noites" , contadas por Shahrazad, estava lendo acerca da vida do Vizir Nuruddin Ali. É na 74ª noite das historias das Mil e Uma Noites que Shahrazad conta-nos as ultimas palavras do vizir, que faz recomendações ao seu filho, Badruddin Hasan. " Badruddin Hassan, meu filho, a primeira recomendaçao é : não tenha intimidade com ninguém e assim escapará de acidentes;a segurança está na solidao; nao se misture nem se associe a ninguém, pois eu ouvi um poeta dizendo: 'Ninguém há nesse tempo cujo afeto se deseje, nem amigo que nas vicissitudes seja fiel; vive sosinho e nao confies em ninguem: é o conselho que te dou, e basta.' A segunda, meu filho, é: nao oprima ninguém, caso contrario o destino oprimará você. O destino num dia está a seu favor e noutro está contra, e o que o mundo lhe dá amanhã terá de ser pago. Eu já ouvi o poeta dizer: ' Reflete e nao te apresses no que almejas; sê clemente e como tal serás reconhecido; nao existe mao sobre a qual nao esteje a de Deus, nem opressor que não será oprimido por outro.' A terceira recomendação : observe o silencio, desvie os olhos dos defeitos alheios e contenha a sua língua, pois já se dizia: 'Quem observa o silencio se salva'. Também ouvi o poeta dizer: 'Mudez é adorno e silêncio é segurança; se acaso falares, nao sejas linguarudo, pois, ainda que alguma vez te arrependas de tua mudez, de teres falado sempre te arrependerás.' A quarta, meu filho: eu o previno contra o consumo de vinho, pois ele é o motivo de toda discordia; o vinho faz perder juízo. Cuidado, muito cuidado para não tomar vinho, pois eu ouvi o poeta dizer: 'Larguei o vinho, parei de bebê-lo e de seus censores amigo virei: é bebida que afasta do bom caminho, e do mal escancara os portões.' E a quinta, meu filho: preserve o seu dinheiro e ele o preservará; guarde o seu dinheiro e ele o guardará, nao abuse de seu dinheiro, pois caso contrário você precisará de gente inferior; conserve as moedas, que sao ungüento, pois eu ouvi alguém dizer: ' Se o meu dinheiro escasseia, ninguém me acompanha, mas quando ele aumenta, companhia todos se tornam; quanto amigo para torrar dinheiro me acompanhou, e quanto amigo, esgotado meu dinheiro, me abandonou!' Aceite, pois, minhas recomendações" "E o vizir nao cessou de repetir as recomendaçoes até que seu sopro vital se esvaiu, e ele foi então carregado e enterrado. " Trechos do Livro das Mil e Uma noite-volume 1- ramo sírio. Traduzido diretamente do árabe por Mamede Mustafa Jarouche. Editora Globo.