terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Cadê o Amore?

Tudo bem que o Amore já fez isso uma vez, desaparecer, mas ir parar 6 andares abaixo de casa é um pouco demais, não? É coisa pra caralho, porra!!! Cheu contar. Eram 22:30 de ontem quando estava indo para meus aposentos pra dormir. Ele tava agitadíssimo, me chamando pra brigar. "Nãaao Amore, agora neeem. ¬¬"Eis que Amore sobe correndo a cama e pula no parapeito da janela, todo todo, se achando o Rei Pantera. "Rs, mas que bosta, véi, tô com sono!"Para não assustá-lo e/ou fazê-lo cometer uma burrice devido à empolgação, não cheguei perto logo, tirando ele de lá. Fui em direção à cozinha. Era (e é) batata, é só ele ver que a gente tá indo na cozinha que ele acha que vai ganhar mais ração. Prooonto, agora você fica aí fora que hoje tô afim de dormir com a janela aberta, mano, e não é muito bom você ficar se iludindo com as alturas aí de noite. Mas que merda! De novo esse manow chega antes de mim no quarto e vai pra janela véi, "'Porreéssa?". De nooovo o mesmo ballet. Dessa vez deu certo, e as terras apartamentoriais foram bem divididas entre os grupos tribais. 22:15, tô dormindo (cedo DEMAIS, por sinal). Ronca-se até 05:45. Despertador. Mãe que chega no quarto: -Aurora, o Amore não tá aqui! -Oiquê? -Não vejo ele desde ontem de noite, e olha que passei a noite em claro pela casa! Então começa a busca, procuro por todos os cantos dessa budega, N A D A. Naaaada de Amore, e não há barulho de ração na vasilinha que o faça aparecer. Aí já viu né, no ap ele não está - fato - dessa vez ele não pode ter ido passear no corredor (que leva ao elevador e à escada!), ninguém abriu saporta nesse intervalo de tempo. Onde mais ele pode estar? A não-sei-quantos-metros-abaixo dos nossos pés! Como ele chegou até lá? Caindo! ( e morrendo & derivados!). Ih, é a depressão que invade a casa, entre suores frios medo medo e medão mais tudo de pavoroso. Mãe, vou procurar lá em baixo, nas garagens. (Como já feito há umas duas semanas atrás). Vasculha-se todos os cantos das garagens, os canteiros, o passeio, as narinas do porteiro. Aliás, este é o primeiro a saber da história, nas duas vezes: "Oi, fulano? Meu gato sumiu, se você ver ele, pega ele!" Bom enfim, só sei que a mãe tinha que sair quando deu 09:30. "Ele vai aparecer, Aurora, gato é assim, eles somem, ce não lembra dá última vez? Ele apareceu do nada!" Ok, tenta-se acalmar-se. O sono+cansaço causado pela busca escessiva bate. Entre televisão, cama e pc passo a próxima hora. Se ele tivesse caído, ele estaria todo esborrachado lá no passeio, porque de 22:15 até 05:45 acho que nenhuma empresa funerária animal trabalha, e de grátis. Mas Meu Deeeeus, essa tortura de novo! Não, né possível. Peguei a vasilinha de ração dele e fiz barulho adoidado com ela, no meio da casa, mesmo se ele estivesse no 10º sono ele viria, então não conheço? Mas nada, nenhum sinal. Quer dizer. Eu ACHO que eu ouvi um miado. Eu e mãe tínhamos tido a impressão de ter ouvido alguns dois mesmo, antes, mas era algo tão remoto, que nem dava pra nada. Aurora, usa seu ouvido de flamenca, já! Escutei, eu ouvi. Mas de onde? De onde? Já procurei em todos os parapeitos desse prédio! Não há lógica nisso, aliás o que não havia ali era lógica, desde as 22:15 da noite anterior. Primeiro, vou na janela do meu quarto: nada. Nem nas janelas de cima nem nas de baixo, nem na casa do caralho. Quarto da mãe: abre a janela: eis que vê-se Amore em cima da telha da garagem. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!!! Deus seja louvado, Jesus Maria José Santo Cristo Nossa Senhora Anjo da guarda! Acho que eu nunca corri tão rápido, na minha vida, a distância de um quarto a um interfone. "oiacheiomeugatoeletánatelhadagaragemtemuamaescadaaí?""Ah achoooou? Ooolha... gente... ahhh aqui... Ahhh aqui não tem uma, iiishh, ahhh... aqui não tem escada nãaao, acho que não" (Tempo³ correndo) "Taumtátodescendovailánãodeixaeleirpraoutrolugar". Mano, só sei que a sensação que eu tive ao vê-lo a 3 metros à minha frente, foi assim, a coisa mais reconfortante dos últimos tempos. Ce imagina o tanto de hipóteses (mirabolantes e muitíssimo trágicas) do que poderia ter acontecido com ele que a minha cabeça pensava automaticamente? Enfim, todos felizes, o trabalho de resgate é feito." Tadiiiiiiiiiiiiinho do meu Amooooore!", esse bichinho tava roco, de taaaanto miar, todo inchado, nariz sangrando e boca sem fechar. Em estado de choque, de tanto medo e stress, pois as chances dele ter tido uma(s) briga(s) com o(s)(milhares de) gato(s) daqui da rua são assim, totais, nós mesmo ouvimos um barulho de gato brigando à noite. Ôooo como se sente o alívio. Tanto meu quanto dele. Direto pra veterinária, nada que um analgésico e uma assepsia do narriz sangrando não resolvesse. Nenhuma fratura, temperatura normal, pupilas normais, palato normal, nada de anormal. Hipótese: meu gato foi caindo aos poucos, de andar a andar, tendo como amortecedor da queda as patinhas nos diversos parapeitos. Pois, todos concordam que se ele tivesse caído de uma vez, não estaria ASSIM tão ileso. E também não há como ele brincar de escadinha pelo edifício, não mesmo. O que aconteceu hoje pra muitos é chamado de milagre, para outros somente as leis da física que atuaram a favor do meu preciosíssimo. Pra mim foi o Amore, o nome e animalização do Milagre.

Nenhum comentário: